No
dia 5 de novembro comemoramos o Dia da Cultura. E apesar da data, ainda é muito
comum que se faça uma certa confusão acerca do que é cultura. Isso acontece
porque nos acostumamos a considerar como cultura o conjunto de costumes e
valores de nossa sociedade, e nos esquecemos de outros povos têm hábitos e
crenças diferentes dos nossos.
Certamente
você já ouviu a expressão "fulano é muito culto, ele tem muita
cultura", para designar uma pessoa bem informada, que lê muitos livros,
fala mais de uma língua, conhece teatro, cinema etc. Não que a expressão seja
incorreta, mas devemos considerar que ela se refere a elementos da nossa
cultura.
Vejamos
por exemplo um índio que vive tranquilamente em sua aldeia. Ele não fala outra
língua não conhece a nossa literatura, não vai ao teatro ou ao cinema. Mas nem
por isso ele tem mais ou menos cultura do que nós, porque os seus valores e
costumes da sua cultura são diferentes.
Coloque-se
então no lugar de um índio. Você não acharia estranho o fato de não sabermos
usar uma zarabatana, pescar de arpão ou caçar de arco e flecha?
Fazem
parte da cultura de um povo a forma como cultiva a terra, seus hábitos
alimentares, os tipos de habitações que constrói, as roupas que veste, suas
formas de arte - música, dança teatro, pintura, escultura, literatura, etc -,
sua língua, sua religião suas técnicas suas regras de convívio social e muitas
outras coisas.
Cada
povo, de acordo com sua origem, história, localização geográfica, enfim, de
acordo com as suas necessidades, desenvolve o seu conjunto de costumes e
valores. Portanto, existem várias culturas em todo o mundo, sem que uma é
melhor ou pior que a outra. É certo, por exemplo, que nem todos os homens
precisam comer, dormir e morar. Mas o quê e como comer, onde dormir e como morar,
são costumes que variam muito.
Nós
nos arrepiamos quando ouvimos falar que os árabes comem olhos de carneiro, que
os africanos comem larvar, que os filipinos comem cachorros ou que os chineses
comem cérebros de macacos. Mas se oferecermos a um indiano um prato de bife com
fritas, ele ficaria horrorizado porque na Índia a vaca é considerada animal
sagrado.
Desde
cedo aprendemos acultura de nosso povo, ou seja, pensamos, agimos e sentimos
como nosso povo. E isso é sempre tão bem feito que passamos a achar "natural"
o que é cultural. Comer com garfo, dormir em cama, morar em casa, nos parecem
óbvias, mas não são, pois nem todos os povos fazem isso. Os chineses comem com
pauzinhos, os índios dormem em redes, os ciganos moram em tendas.
Mas
nós só percebemos o quanto a cultura que aprendemos determina o nosso modo de
pensar e agir quando conhecemos outras culturas. Por isso o contato entre
sociedades diferentes deve ser estimulado, já que a troca de traços culturais
enriquece e aproxima os povos, evitando o preconceito. Por outro lado, deve-se
ter muito cuidado nesses intercâmbios, para impedir que uma cultura venha a
destruir, por imposição, a outra.
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