Oxente!
Bichin, não é que o cabra do Alexandre Moreira conseguiu nos surpreender
com mais esta exposição da Casa de
Leitura, visse!
Oxente,
palavra escolhida para designar esta belíssima exposição, é uma interjeição
bastante popular na região do imenso nordeste Brasileiro. Pode-se ouvir a mesma
palavra com diversos significados e em várias situações, podendo ser utilizado como
admiração, surpresa ou até mesmo
estranheza, dependendo do tom de voz utilizado.
É
no Nordeste que começa história do nosso Brasil. E é com a intenção de
apresentar este percurso histórico da construção de nosso país que Alexandre
Moreira, à frente da Casa de Leitura Lya Botelho, vem nos brindar com mais uma
maravilhosa exposição temática, patrocinada pela empresa ENERGISA e com apoio
logístico da FOJB- Fundação Ormeo Junqueira Botelho. Durante os meses de Março até Julho, aqui mesmo
na Zona da Mata mineira, mais especificamente na cidade de Leopoldina, teremos
a oportunidade de conhecer uma parte significativa da história de uma das
maiores regiões do Brasil.
A exposição é rica em detalhes e
caprichos. Retrata uma das regiões mais culturais de nosso país que apresenta
características próprias, herdadas da interação da cultura dos colonizadores,
negros e índios. Pode-se observar cada detalhe cultural através dos símbolos e
objetos na exposição. A quadrilha que é uma das principais danças típicas e festejos
que fazem referência aos santos católicos. Também comidas típicas, como o
consumo de raízes, o preparo de pratos bem temperados e apimentados, o preparo
do açúcar a partir da cana, das receitas de milho e macaxeira que foram
adaptadas para consumo em cada região.
Um lugar especial é reservado à Literatura
de Cordel, poesia popular, inspirada na literatura portuguesa, onde os autores
declamavam seus textos para o público acompanhados do som de uma viola. São
versos despreocupados de linguajar informal e livretos coloridos.
A
escravidão, teve início no Brasil com o começo do ciclo da cana-de-açúcar. Os
portugueses traziam mulheres e homens de suas colônias na África, para
utilizarem sua mão-de-obra nos engenhos de açúcar.
Entre as religiões Afro-Brasileiras
trazidas pelos escravos e enraizadas na cultura do Nordeste, destacam-se o
candomblé e a umbanda, com seus rituais que reverenciam suas divindades.
Temas como o
Cangaço e as populações sertanejas tiveram destaques ao serem abordados na
exposição. Foram expostas fotos impactantes, efeitos audiovisuais, textos
obtidos através de pesquisas, vestes costuradas pelos próprios nordestinos.
O
Cangaço é a denominação dada aos tipos de grupos armados ocorridos no sertão
brasileiro, do fim do século XVIII à primeira metade do século XX, região de
violentas disputas entre famílias poderosas e a falta de perspectiva de
ascensão social numa região de grande miséria.
Todo material utilizado para
reproduzir os cenários da exposição bem como a mão de obra necessária foram de
origem local, da cidade de Leopoldina, detalhe muito importante que incentiva
não só o trabalho, mas a arte, a cultura e o patrimônio leopoldinense.
A
preocupação em se conseguir reproduzir os artefatos nordestinos pode ser
suprida com a colaboração de uma equipe primorosa. É visível a satisfação de
Alexandre quando afirma: “É muito
gratificante trabalhar com uma equipe que consegue reproduzir exatamente os
detalhes que estão em minha cabeça, é inacreditável”.
É
uma exposição bastante enriquecedora, inspirada em muitas pesquisas, fruto de
um planejamento minucioso e do trabalho incansável de “garimpagem” de relíquias
que a compõem e ilustram. Vale a pena
conferir e se admirar: Óxente!.
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