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sexta-feira, 31 de março de 2017

Oxente!

       Oxente! Bichin, não é que o cabra do Alexandre Moreira conseguiu nos surpreender com  mais esta exposição da Casa de Leitura, visse!


        Oxente, palavra escolhida para designar esta belíssima exposição, é uma interjeição bastante popular na região do imenso nordeste Brasileiro. Pode-se ouvir a mesma palavra com diversos significados e em várias situações, podendo ser utilizado como  admiração, surpresa ou até mesmo estranheza, dependendo do tom de voz utilizado.

         É no Nordeste que começa história do nosso Brasil. E é com a intenção de apresentar este percurso histórico da construção de nosso país que Alexandre Moreira, à frente da Casa de Leitura Lya Botelho, vem nos brindar com mais uma maravilhosa exposição temática, patrocinada pela empresa ENERGISA e com apoio logístico da FOJB- Fundação Ormeo Junqueira Botelho. Durante os meses de Março até Julho, aqui mesmo na Zona da Mata mineira, mais especificamente na cidade de Leopoldina, teremos a oportunidade de conhecer uma parte significativa da história de uma das maiores regiões do Brasil.

 

          A exposição é rica em detalhes e caprichos. Retrata uma das regiões mais culturais de nosso país que apresenta características próprias, herdadas da interação da cultura dos colonizadores, negros e índios. Pode-se observar cada detalhe cultural através dos símbolos e objetos na exposição. A quadrilha que é uma das principais danças típicas e festejos que fazem referência aos santos católicos. Também comidas típicas, como o consumo de raízes, o preparo de pratos bem temperados e apimentados, o preparo do açúcar a partir da cana, das receitas de milho e macaxeira que foram adaptadas para consumo em cada região.
          
 

        Um lugar especial é reservado à Literatura de Cordel, poesia popular, inspirada na literatura portuguesa, onde os autores declamavam seus textos para o público acompanhados do som de uma viola. São versos despreocupados de linguajar informal e livretos coloridos.  

        A escravidão, teve início no Brasil com o começo do ciclo da cana-de-açúcar. Os portugueses traziam mulheres e homens de suas colônias na África, para utilizarem sua mão-de-obra nos engenhos de açúcar.


           Entre as religiões Afro-Brasileiras trazidas pelos escravos e enraizadas na cultura do Nordeste, destacam-se o candomblé e a umbanda, com seus rituais que reverenciam suas divindades.

       Temas como o Cangaço e as populações sertanejas tiveram destaques ao serem abordados na exposição. Foram expostas fotos impactantes, efeitos audiovisuais, textos obtidos através de pesquisas, vestes costuradas pelos próprios nordestinos.

          O Cangaço é a denominação dada aos tipos  de grupos armados ocorridos no sertão brasileiro, do fim do século XVIII à primeira metade do século XX, região de violentas disputas entre famílias poderosas e a falta de perspectiva de ascensão social numa região de grande miséria.


          Todo material utilizado para reproduzir os cenários da exposição bem como a mão de obra necessária foram de origem local, da cidade de Leopoldina, detalhe muito importante que incentiva não só o trabalho, mas a arte, a cultura e o patrimônio leopoldinense.

          A preocupação em se conseguir reproduzir os artefatos nordestinos pode ser suprida com a colaboração de uma equipe primorosa. É visível a satisfação de Alexandre quando afirma: “É muito gratificante trabalhar com uma equipe que consegue reproduzir exatamente os detalhes que estão em minha cabeça, é inacreditável”.

         É uma exposição bastante enriquecedora, inspirada em muitas pesquisas, fruto de um planejamento minucioso e do trabalho incansável de “garimpagem” de relíquias que a compõem e ilustram.  Vale a pena conferir e se admirar: Óxente!.

Para mais informações: casadeleitura@gmail.com


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