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sexta-feira, 1 de março de 2019

Carnaval

Breve Histórico


Inicialmente, vamos trazer o verdadeiro significado da palavra. O termo "Carnaval" deriva do latim na união das palavras "carna" e "vale" que dão o significado de "despedida da carne". Traz esse significado devido a tradições religiosas que surgiram alguns séculos depois de Cristo.
A celebração do carnaval é realizada com uma média de 40 dias antes da Páscoa desde o século XI, sendo quê, esse tempo é chamado de quaresma, onde os fiéis católicos não comem carne e não fazem festas com o intuito de se purificarem e se prepararem para a páscoa.
 Com isso, surgiu a ideia de se fazer uma grande festa no último dia antes do início da quaresma, para que pudessem comer carne a vontade, festejar bastante e desfrutar de certos prazeres, dessa forma, surgiu o carnaval.
Com o passar dos anos a tradição do carnaval foi tomando outros rumos e perdendo o verdadeiro significado de sua comemoração.
Em meados do século XVI surgiram na França os famosos bailes de máscaras e com pouco tempo foi popularizado em outros países europeus, desta forma atingindo outros continentes e cada país foi enriquecendo essa festa comemorativa, manifestando  toda sua cultura. Trazida para o Brasil através dos colonizadores, o entrudo.

Pintura realizada por Jean-Baptiste Debret sobre o entrudo no Brasil.
O entrudo, assim era chamado o carnaval, era uma reminiscência das festividades pagãs greco-romanas que tinham origem nas comemorações das colheitas, época esta que permitia liberdade aos escravos, usavam-se máscaras, fantasias e alimentavam-se desregradamente. Através dessa liberdade, tornou-se tradição por mais de dois séculos, brincadeiras nas ruas entre os escravos e famílias brancas. Enquanto os escravos saíam nas ruas sujando-se uns aos outros com farinha e polvilho, as famílias brancas, de suas casas, divertiam-se jogando pela janela água suja em quem passava. Com o tempo, não havendo organização, essas brincadeiras foram ficando perigosas e as autoridades e governantes proibiram o entrudo popular.
Assim, por não conseguirem ficar sem festejar o entrudo, com o tempo, o povo foi mudando a postura em como se comemorar tal data, dando início aos bailes de máscaras apenas às famílias mais ricas e logo depois tornou-se também uma comemoração popular, com influência das festividades do carnaval de Veneza. Inspirados na forma de como se comemorava esta data na Europa, aos poucos foi se tornando natural este tipo de comemoração no Brasil, com surgimento de clubes realizando seus desfiles pela rua e logo após se reuniam em certas ruas para festejarem jogando-se confetes uns nos outros, entregando flores e intrigando conhecidos e amigos com suas máscaras e fantasias.
Até chegarmos no tipo de carnaval que temos hoje em dia.
 
Após essa breve reflexão sobre a evolução do carnaval, iremos mostrar um pouco do carnaval que foi trabalhado pelo povo na cidade de Leopoldina-MG, a qual cedia o nosso Projeto.


Carnaval Leopoldinense


Os primeiros carnavais que aconteciam na cidade eram festejados em carros de bois. As pessoas se enfeitavam com laços de fitas na cabeça e vestiam-se normalmente. Mais tarde, por volta de 1926, havia batalhas de confetes na praça Félix Martins e na rua Cotegipe. Havia também o uso de lança perfume que na devida época era liberado. A noite havia bailes com fantasias no Cine Alencar, os blocos alugavam salões para fazerem seus bailes noturnos.
Mais tarde foram surgindo os primeiros blocos na cidade que eram: Prazer das Morenas, Flor da Mocidade, Industrial e o Batuta que mais tarde veio a se chamar Cutubas, cujo clube existe até hoje. Estes blocos eram patrocinados pelo comércio e por seus sócios.
Um tempo depois, surgiram os carros alegóricos feito pelos próprios blocos: Batuta que originou-se de um jacaré, o Prazer das Morenas que originou-se de uma cegonha e ambos carregavam uma criança na boca ou no bico.

Com o tempo outros blocos carnavalescos foram surgindo, como:

  • Unidos da Cana
  • Bloco dos Descamisados
  • Mocidade Imperial da Quinta
  • Mocidade Leopoldinense
  • Unidos dos Pirineus
  • Bloco Unidos do Limoeiro
  • Bloco Alegria dos Palhaços
  • Acadêmica de Leopoldina
  • Unidos de São Cristóvão
  • Acadêmicos do Cutubas
  • Unidos da Vila
  • Unidos do Maripá

Não podemos falar do carnaval de Leopoldina sem mencionar o Zé Pereira, mestre Vitalino Duarte de Souza.
Mestre Vitalino residiu em Leopoldina, faleceu aos seus 71 anos em 2003. Vitalino se interessou pelo carnaval no ano de 1955, saindo como Zé Pereira, depois fundou a Escola de Samba Acadêmicos de Leopoldina, em 1959. Em 2002, Sr. Duarte completou seus 47 anos de passarela do samba, recebendo a medalha do mérito Leopoldinense.
Vitalino ficou bastante conhecido e querido por promover festas populares e folclóricas, eventos e homenagens no município, sem distinção de local ou bairro. Mestre Vitalino, um simples homem, com a fala mansa e calma, promovia suas festas em praticamente todas as épocas do ano, levando a alegria e a diversão.

Mestre Vitalino recebendo troféu em carnaval da década de 70 das mãos do ex vereador Antonio de Paula Junqueira Ferraz. Foto do Acervo Cumbuca.
Vitalino é um ícone quando se fala de carnaval e cultura na cidade de Leopoldina, sendo referência a toda população. Com isso, em 27 de maio de 2014, foi sancionada a lei municipal nº 4.180 de incentivo à cultura, denominada de Vitalino Duarte.
Não podemos esquecer também de algumas pessoas que foram importantes para o carnaval em nossa cidade. Sendo estes: Tufic Jorge, José Bandido, Funchal Garcia, Dr. Lisboa, Ari cachaça, Dário sapateiro, Fizinho, Wilson Berbari, Floriano e Nestor explosivo.


Segue abaixo um link do vídeo "Memória do Carnaval Leopoldinense" com algumas fotos:


 

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