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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Heranças folclóricas

Conhecer a história do nosso folclore é importante. Sendo o Brasil um país muito rico em cultura, fica difícil falar de todas as manifestações folclóricas conhecidas. Mas como vínhamos falando como é importante dar valor as raízes culturais do nosso país, vamos citar 5 danças que são heranças dos negros escravos trazidos e que fazem parte do repertório do Assum Preto.

Baião: Dança cantada, de criação nordestina, resultado da mistura de danças africanas, indígenas e dos portugueses colonizadores, refletindo na sua composição a mistura destas três raças.
Conhecido desde 1842 como baiano, por influência do verbo baiar (bailar), caracteriza-se como uma dança viva, podendo ser executada individualmente ou em pares com movimentos improvisados e ágeis, palmas, giros e meneios. Mas foi só nos meados do século XX que tornou-se conhecido em todo o Brasil, projetando-se até no exterior. Seu principal divulgador foi Luiz Gonzaga, o LUA, que conseguiu transmitir a beleza e o desencanto, a dor e o sofrimento do Nordeste. Em muitas composições há infinita tristeza da seca, como em Asa Branca e Assum Preto.

Batuque: Dança que compunha um ritual de fertilidade. A coreografia varia imensamente nas diversas regiões. Os passos são arrastados e quando fecham a roda, esta segue em sentido anti-horário. Enquanto dançam, movimentam os quadris e rebolam com bamboleios lascivos. A característica principal do batuque é a umbigada (semba) dos dançarinos quando fecham a roda. Nessa ocasião, alguns levantam os braços e batem palmas acima da cabeça. É uma dança de muita expressão corporal, principalmente, facial.

Congada de São Benedito: Dança carregada de misticismo, é um cortejo formado por danças, orações e evoluções misturando elementos religiosos e folclóricos ao ritmo africano. Os colonizadores impuseram a religião católica sobre os escravos e eles acabaram encontrando uma forma de manifestar seus cultos religiosos: festejando São Benedito, padroeiro dos negros. Algumas lendas explicam seu surgimento. Uma delas conta que vários nobres africanos, até alguns reis, vieram para o Brasil como escravos, como Calanga, o Imperador do Congo, rebatizado em Minas Gerais com o nome de Chico Rei. Quando foi alforriado recebeu do seu senhor uma mina de ouro e mandou comemorar o fato com uma grande festa em frente à igreja de Santa Efigênia em Vila Rica onde se dá até hoje a coroação do Rei do Congo.

Samba: A palavra “Samba” vem de “Semba”, que significa “umbigada”, o “semba” é um termo que se refere a uma dança de roda praticada em Luanda, na Angola e em várias regiões brasileiras, principalmente na Bahia.
Os vários tipos de Samba
Samba de caboclo – Culto afro brasileiro (o mais antigo) canto feito de responsório, existe até hoje nos terreiros.
Samba raiado – Partido alto – solo/ refrão curto. Ex.: Elementina de Jesus e Moreira da Silva
Samba de morro – Carnavalesco – Parece o Maxixe, ancestral do samba
Samba choro – Tocado por conjuntos de choro (chorões) temas mais líricos e lamentosos. Mais ou menos 1935 sem percussão (semelhante ao samba canção) Ex.: “Samba de Verdade”, Ataulfo Alves.
Samba canção – É a evolução da modinha – Década de 30/40. Ex.: Cartola.
Samba de breque – Mais ou menos 1936 – Moreira da Silva e Cascatinha – há interrupção e segue parte falada. Figura do malandro e da malandragem.
Sambolero, Sambalada – Variante do samba canção da década de 40/50; tentativa de adaptar gêneros estrangeiros.
Samba de quadra – Contado nas quadras das escolas de samba fora do período carnavalesco. Conta seus heróis, episódios de sua crônica.
Samba Bossa Nova – 1958 – João Gilberto – Com a harmonia buscando harmonias jazzsísticas com acordes de 9º e 11º e harmonias impressionistas, com a emissão vocal, com a estética de impostação vocal italigna e passa-se a cantar com estilo Ella Fitzzgerald, o cantar “Pool” – A Bossa era da elite interlectual da Zona Sul e de influência americana com a vinda da indústria automobilística – Acaba a hegemonia solista do cantor e se abre espaço para o solo de outros instrumentos – 1ª fase – temas líricos; 2ª fase – temas críticos.
Samba de Enredo – Exaltação a partir de 68 – samba curto.

Frevo: Dança pernambucana, a preferida da massa popular no carnaval do Recife. A palavra deriva de “ferveer=frever” e se explica assim pelo caráter impetuoso e pelo sentido dinamogênico da coreografia. Dança urbana e individual, ganhou formas definidas de 1905 a 1915 e seus passos têm origem na capoeira que desfilava à frente das bandas no Recife, provocador, riscando a faca no chão, em renhida competição com os grupos rivais. Sua música é um compasso binário, de andamento rápido, animada pela “fanfarra”, assim denominado o conjunto instrumental. O “passo” é a dança característica do frevo e entre os mais praticados figuram os seguintes: parafuso, chá-de-barriguinha, corrupio, dobradiça, saca-rolha e tesoura.
    Com o correr do tempo, o frevo tornou-se fenômeno tipicamente recifiense, imune a agentes deformadores de seu instrumental, do “passo” e das suas diferentes fórmulas rítmico-melódicas.
     É uma das danças folclóricas de coreografia mais rica em todo mundo e em 2012 ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade concedido pela Unesco.


Quer saber mais?

Calango: O Calango é originário da África e penetrou no Brasil através dos escravos. Na verdade, a região norte fluminense, local de maior incidência do calango, desenvolveu-se a partir do plantio do café, o que tornou significativa a presença do negro naquela época.
    Por outro lado, contam outros que o calango seria originário de MG. Uma comprovação desse fenômeno é o fato de os calangueiros entrevistados serem originários de MG ou de municípios fluminenses situados nos limites desses estados.
    Genericamente tido como “divertimento do povo da roça”, o calango é um desafio cantado, muito comum nos bailes ou “pagodes” da zona rural. Pode ser cantado por uma, duas ou por várias pessoas. Seus versos podem ser líricos ou singelos, maliciosos ou afirmativos e até mesmo agressivos, zombeteiros e polêmicos.


Lundu: O Lundu é uma dança excessivamente lasciva e sensual de origem africana, como um cortejo sensual e voluptuoso. É acompanhado por bandolim e não é usado o acompanhamento por canto. Seu ritmo é de 6/8 e de motivo animado, lembrando a dança escocesa. Tomou o nome do instrumento de percussão usado pelos negros e pode-se dizer, dançada exclusivamente por mulheres, uma vez que os homens apenas fazem parte da roda.

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