A
história de nossa educação e cultura pode nos explicar o porque o brasileiro
não tem o costume de valorizar as próprias raízes, a própria cultura.
São 513 anos
de história conhecida, dos quais 400 a elite dominante (culturas estrangeiras)
escravizou e colonizou a maioria do povo brasileiro e quase 100 de repúblicas
de golpes e ditadura, de imposições políticas e econômicas.
Fica a
pergunta: QUEM SOMOS AFINAL? Cabral descobria o Brasil em 1500 e NÓS ainda não
conseguimos descobrir...
A colonização portuguesa nos custou:
calados, escravizados, inferiorizados e dominados, fizeram-nos acreditar que a
cultura deles era melhor e impuseram-na sobre nós. Trouxeram seus religiosos,
suas crenças e seus pensamentos. Mas o enriquecimento ilícito surgiu e perdemos
nossa identidade. Fomos conduzidos a um modo de viver e pensar parecido com o
europeu.
O brasileiro ganhou fama por ter
facilidade de imitar, de assimilar modelos e modismos que chegam do estrangeiro,
veiculados pelos meios de educação de
massa. E temos que admitir que
esta afirmação tem um fundo de verdade.
Uma manipulação sutil é conduzida,
permitindo invasões culturais, criando um processo de sedução (“nos
encantando”, troca do artesanato pelo espelho), que nos leva a nos sentir
agradecidos e por contrapartida, inferiorizados.
Na história
da implantação da República em nosso país, vemos princípios que fizeram uma
metamorfose na sociedade brasileira, como:
1.
Condenação
dos hábitos e costumes ligados pela memória à sociedade tradicional.
2.
Negação
de todo e qualquer elemento de cultura popular que pudesse “sujar” (macular) a
imagem civilizada das sociedade dominante.
3.
Política
rigorosa de expulsão dos grupos populares (de baixa renda) da área central da
cidade ficando a área praticamente isolada para o desfrute exclusivo das
camadas aburguesadas.
4.
Identificação
com a vida parisiense. Senhoras desfilavam na Rua do Ouvidor com jóias e modelitos
franceses conversando sobre suas encomendas trazidas da França. Nesta época
alguns instrumentos musicais folclóricos eram proibidos nas rodas de “bom
gosto” pois eram considerados grosseiros ou símbolos de vadiagem, como o
violão, por exemplo.
Toda essa imitação criara uma
caricatura, mesmo sendo fruto de uma ingênua e verdadeira admiração, levava o
brasileiro a se esquecer de sua própria cultura. A submissão aceita ou imposta
é sempre um impedimento à nossa palavra histórica. Sofremos uma submissão
imposta e até hoje presenciamos uma submissão sutilmente infiltrada.
Ainda falta a conscientização do povo
e uma maior valorização das suas raízes culturais. A educação é meio muito
poderoso para ajustar isso. As escolas não podem lembrarem-se do folclore
apenas no mês de agosto. Trabalhos contínuos devem ser feitos para que a
memória cultural de nosso país seja algo presente na vida do nosso povo!
Texto
adaptado de apresentações antigas do Assum Preto sobre o folclore.
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