Oficina de Plantas Medicinais
Muito pouco
se sabe sobre as medicinas alternativas, entre o pouco que sabemos podemos
afirmar que esse tipo de tratamento não tem resultados imediatos, ele é feito
para alcançar resultados após um determinado tempo, é de longo período. Muitos
se enganam ao dizer que não funciona, pois ela tanto funciona como ela perdura
a alguns milhares de anos e é reconhecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e
pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Nesta quarta-feira (28/03), presenciamos no CEFET-MG unidade
Leopoldina, a oficina sobre plantas medicinais, flores e conhecimentos
tradicionais, idealizada pelo NEAB (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros) com a
homeopata Luíza Helena dos Santos Silva, mulher negra, avó, moradora da área rural de
Leopoldina, cujos conhecimentos em plantas tiveram origem com sua avó e foram
aprofundados, mais tarde, através do estudo formal de homeopatias e florais.
"O objetivo
da oficina foi promover um espaço de protagonismo para que Luíza, a partir do
seu lugar de fala, representasse culturas tradicionais da região, trazendo à
escola uma episteme que escapa ao conhecimento científico, euro-anglocêntrico e
patriarcal historicamente constitutivos do espaço acadêmico." – disse a
professora responsável pelo NEAB, Maria Gabriela – "Assim, a oficina
enriqueceu a pluralidade cultural da escola e construiu diálogos com
disciplinas institucionais, tais como a biologia e a química, a linguagem e a
sociologia."
Aqueles que
compareceram na oficina puderam conhecer mais sobre o uso das ervas e
conhecimentos tradicionais para melhorar a saúde das mulheres e de toda a
comunidade.
"A Oficina de
Ervas Medicinais, tendo como responsável a professora de línguas Maria Gabriela
e a homeopata Luiza" – disse a aluna Roberta Berno do 3° ano – "foi excelente,
nos apresentou plantas nunca conhecidas, explicando as vantagens e desvantagens
das plantas, o que fez com que nós ouvintes se interessasse mais pelo assunto.".
Ainda foi feito um pedido por parte dela em nome dos alunos "Gostaríamos de ter
mais oficinas como essas, em que aprendemos e nos distraímos ao mesmo tempo.
Resumindo, a Oficina foi excepcional!"
A oficina
ministrada por Luiza contou com a presença de pessoas da comunidade, o grupo
leopoldinense de cultura africana Pérola Negra, o projeto de extensão social
Assum Preto e também alguns contribuidores da própria escola. Essa oficina foi
aberta a todos que desejassem conhecer mais sobre plantas e suas
funcionalidades.
Aprender
sobre autocuidado, medidas preventivas e como usar as plantas para cuidar da
saúde física e mental, são estratégias das quais não podemos abrir mão em um
mundo que agride cada vez mais a nós e à natureza. Em uma sociedade globalizada
e mecanizada pela indústria tecnológica precisamos tomar iniciativas e buscar
meios saudáveis de cuidar da nossa própria saúde, e a oficina sobre plantas
medicinais foi uma grande iniciativa rumo à melhora de nossa saúde física e
mental.
Maria
Gabriela afirmou ainda: "As ervas, na oficina apresentada, são entendidas
como elementos afetivos, culturais, e de resistência do povo negro, de origem
matrilinear e passada através da oralidade na diáspora africana. Segundo
pesquisa realizada pela USP, em 2014, com mulheres negras, o uso das plantas
aparece como estratégia de sobrevivência desse grupo frente à negligência do
Estado e a vulnerabilidade social. Daí a importância de desenvolvermos pesquisa
e criarmos espaços para que tais conhecimentos sejam valorizados e aprofundados
na região de Minas Gerais."
Segue abaixo algumas fotos durante a oficina:
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